A moda do altruísmo

Nos dias que correm tudo é moda. É moda usar um certo estilo de roupa,é moda uma certa musica,é moda ir sair àquele sítio à noite, é moda usar o cabelo desta ou daquela maneira. Até aqui nada de novo, mas parece que os princípios também são moda, assim como os sentimentos.

Por exemplo, tenho verificado que é moda dizer que se é altruísta.
- "Noutro dia ajudei uma velhinha a atravessar a rua, sou mesmo altruísta."
NÃO, apenas fizeste uma boa acção. Não faz de ti uma pessoa altruísta, mas uma pessoa com bons princípios.
- "Sou mesmo altruísta, tive uma tarde inteira a ouvir um amigo meu e a dar-lhe conselhos."
hummm, não é suposto ser isso que faz um amigo.

Lat.
amicu
s. m.,
o que quer bem;
adj.,
favorável;
partidário;
aliado;
afeiçoado;

que tem amizade.

Eu compreendo que, hodiernamente não é muito vulgar as pessoas terem boas intenções, umas em relação as outras, mas daí até se andarem a vangloriar, vai um passo. Aliás, no meu ponto de vista até cai um bocadinho mal.
Não me considero má pessoa, mas não me ando a gabar aos sete ventos daquilo que faço.

Há outro ponto que eu acho que é importante focar. Quando se analisa profundamente uma pessoa que se intitula altruísta, verificamos que não é bem assim. De um modo geral, são pessoas que se focam nos outros, e que vivem dos outros, porque viram costas à própria vida
e aos próprios problemas. Não passa de uma maneira de tapar o sol com a peneira, tanto perante os outros como perante ela mesma.

Será isto verdadeiro altruísmo? Será isto ser boa pessoa? Ou é apenas uma desculpa para auto-promoção por não se admitir as próprias falhas?
Respeitar-me-ão mais se eu apregoar as minhas boas-atitudes? Isso não esta implícito na personalidade e na minha maneira de estar, e viver a vida?

Quem não se ama e respeita a si mesmo, não vai nunca amar e respeitar inteiramente o próximo.

Filme recomendado: As horas.

Fon-fon-fon

Chama-se Deolinda e caiu-me assim no colo por acaso. Enfeitiçou-se. Encheu-me de boa-disposição.

Deolinda é um grupo português, que resolveu recriar e misturar a musica tradicional portuguesa, levando-nos a passear pelo fado, com um cheirinho a fanfarra, um ligeiro toque de jazz e com inspiração em Zeca Afonso, António Variações, Sérgio Godinho e muitos mais.

Letras com sentido de humor, e boa-disposição, porque o fado não tem de ter guitarra portuguesa e lágrimas.

Peçam, roubem, comprem, mas atrevam-se a passear por este álbum.

Deolinda- Canção ao lado



Ficam aqui com um cheirinho....

F.U.C.K.

Talvez seja “agressivo” da minha parte começar um blog com uma revolta.
Não é minha intenção tornar isto um chorrilho de revoltas contra o mundo, fazendo-me passar por activista do Bloco de Esquerda de quinta categoria, com a fórmula mágica de mudar o Planeta Azul. No entanto, há coisas que tem que me revoltam, ou pelo menos, que não consigo compreender

Há uns dias atrás, enquanto passeava pela baixa da Mui Nobre Cidade Invicta passei por uma sexshop e resolvi entrar. Deparei-me com uma situação fora do comum, as prateleiras estavam sensivelmente despidas, e a gama de produtos resumia-se quase exclusivamente a lingerie e a uma ou outra brincadeira. Quando a proprietária da loja se dirigiu a mim para prestar os seus serviços, resolvi perguntar, qual o motivo de tão pouca oferta. A senhora olhou me com tristeza e respondeu-me que teve que encaixotar quase tudo porque a ASAE a tinha visitado e a tinha proibido de ter a venda todos os artigos que contivessem formas fálicas bem como bombas de vácuo, anéis penianos ou próteses, com a alegação de serem “artigos de conteúdo pornográfico” e baseando-se numa lei de 1974.

Ora bem, como eu já referi, para os mais desatentos, tratava-se de uma SEXSHOP, onde a entrada a menores de 18 anos está interdita, onde é suposto haver produtos para adultos e, que estes possam ver e adquirir. Outro ponto importante de mencionar é que muitas pessoas precisam dos artigos devido a um ou outro problema de saúde e não somente para satisfazer uma fantasia. E mesmo que fosse, já não há o direito a uma vida sexual melhor?! Já não se pode fazer o que se quiser com o que se quiser das nossas portas para dentro?! Será que vamos ter de chegar ao ponto de ter de pedir permissão ao Presidente da Republica para praticar o acto sexual?! Ou vamos todos começar a fazer bebés dentro de frasquinhos?!

Que seja proibido fumar em locais públicos, eu compreendo, é uma questão de saúde mas que não nos deixem ter uma vida sexual normal, vai um bocado além dos limites….

“Please fuck my body, but don’t fuck my brain”